quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O ASSUNTO É MUITO SÉRIO..

reportagem

Fisioterapeuta alerta sobre os perigos do sedentarismo

Repórter: CÁSSIO LEONARDO CARRARA
O desenvolvimento tecnológico do mundo atual alterou a dinâmica da sociedade e possibilitou a realização de trabalhos profissionais sem esforço físico, apenas com um microcomputador. Essa facilidade, no entanto, gerou um novo tipo de doença: o sedentarismo.
Considerado pelos profissionais de saúde como a doença do novo milênio, o sedentarismo é definido pela falta ou grande diminuição da prática de atividades físicas regulares, que está diretamente relacionada com o estilo de vida das pessoas.Quando perguntada se pratica alguma atividade física, a economista Fernanda Colombera, de Matão(SP), responde convicta: “Nenhuma, não tenho tempo! Trabalho 15 horas por dia, em dois lugares, faço aulas de francês, sou solteira e, depois do trabalho, tenho os compromissos da casa”.
A negação ao exercício físico, no entanto, não é recomendada. Entre as principais consequências do sedentarismo, estão a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia (aumento do colesterol total e LDL e do triglicérides), encurtamento e tensão musculares, arteriosclerose (enrijecimento das artérias) e dores nas costas.
Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo (2003), “(...) o sedentarismo custou pelo menos R$93,7 milhões aos cofres públicos no Estado de São Paulo em 2002. O valor corresponde a 3,6% do total de gastos em saúde no Estado no ano e a mais da metade do total de gastos hospitalares (R$179,9 milhões) com dez problemas de saúde associados à inatividade. O gasto com internações por doenças cardiovasculares respondem por 85% do custo do sedentarismo”.
Os sintomas de uma vida sedentária começam com pequenos incômodos físicos. Segundo a fisioterapeuta Cíntia Carrara, a procura por ajuda profissional é motivada por reclamações de indisposição, dores em geral e irritabilidade, além do peso acima do ideal.Para quem não tem tempo de praticar exercícios, a fisioterapeuta dá dicas simples de como alterar a rotina: “É preferível subir a escada ao invés de pegar o elevador, ir a pé ao trabalho ou à padaria e ao mercado, levar o cachorro para passear,entre outras.”,sugere.
Prevenção
O sedentarismo para os idosos é ainda mais grave, pois pode causar hipotrofia muscular (perda de massa muscular e, consequentemente, perda de força muscular), diminuição na amplitude de movimento das articulações, osteopenia (diminuição da massa óssea) e os chamados trigger points, que são pontos de tensão no músculo, ocasionando muita dor e rigidez. “Muitos idosos caem ou tropeçam ao andar porque a musculatura está fraca, e não pela idade que possuem”, afirma Cíntia.
A fisioterapeuta indica a musculação para os idosos, se não houver restrições médicas, para evitar a osteopenia e prevenir a osteoporose, além de manter ou, até mesmo, melhorar a força muscular, prevenindo as quedas por falta de força no sistema muscular.
Para os jovens, também é indispensável praticar uma atividade física regularmente, pois a perda de massa muscular inicia-se aos 25 anos e aumenta numa taxa de 10 a 15% em uma década.
Consciente desta importância, a estudante Emelin Elen da Silva pratica exercícios pelo menos duas vezes por semana e explica o motivo: “Para não ter problemas de saúde e me divertir. Quando não pratico atividades físicas, sinto muito cansaço, dores, indisposição e até falta de ar quando faço algum esforço. Fico entediada, irritada e piora a concentração na escola”, afirma.
O incentivo à prática de exercícios físicos também deve ser feito pelas empresas aos seus funcionários. “Quem trabalha com microcomputador tem problemas na coluna, tendinite, na região do punho, e problemas no pescoço por não haver condições ergonômicas ideais no ambiente de trabalho. As empresas ainda não se conscientizaram deste problema”, alerta Cíntia. “Se a empresa não possui ginástica laboral, busque instruções de um profissional para realizar alongamentos”, conclui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário